Os 53 casos de febre maculosa, com oito óbitos, registrados este ano em alguns municípios do Brasil, principalmente em Campinas (SP), colocou todo o país em alerta. Em buscas de mais informações sobre a doença, até então pouco discutida, o CadaMinuto ouviu especialistas que tranquilizaram a população alagoana sobre os riscos, mas alertaram sobre a necessidade da prevenção.
Risco irrisório
O médico infectologista Fernando Maia comentou que a febre maculosa é muito comum na região do interior de São Paulo, Minas Gerais e Paraná, mas também ocorrem casos no Norte do país e na região amazônica. “No Nordeste eventualmente aparecem casos isolados e nunca houve registro de epidemias, nem surtos dessa doença por aqui”, destaca.
O médico explicou que a transmissão se dá pela picada de um carrapato específico, chamado carrapato estrela, que infesta principalmente capivaras e outros animais silvestres. “Considerando que a gente não tem capivaras por aqui, o risco é muito pequeno, é irrisório”, afirmou Maia.
“Em nosso estado existe o carrapato comum, que acomete os cães normalmente, porém é preciso salientar que esse carrapato comum não transmite a doença, portanto a gente não precisa ter maiores preocupações em relação a isso”, afirmou o infectologista.
Transmissão
Ressaltando que “não há transmissão da doença de pessoa para pessoa. A transmissão se dá apenas pela picada do carrapato”, o médico explicou que acontecem surtos e vários casos ao mesmo tempo envolvendo pessoas que se expuseram às mesmas condições de serem picadas pelo carrapato, quando estavam em um mesmo local.
“Geralmente são pessoas que frequentaram fazendas ou clubes de campo e todo mundo acabou sendo picado. Esse é o único modo de transmissão”, concluiu Maia.
Dúvidas
Uma empresária que preferiu não se identificar disse à reportagem que ao ver a divulgação das notícias sobre a doença ficou apreensiva, principalmente em relação aos óbitos. “Moro em uma casa com extensa área verde e tenho três cães e como eles ficam soltos e às vezes têm contato com outros animais isso me preocupou”.
A tutora dos animais pontuou que mantém todos os cuidados com a higiene, vacinas, enfim, toda a atenção necessária, no entanto, por se tratar de uma doença grave ela pretende buscar ajuda profissional para ser orientada sobre contágio e sintomas: “Prevenção nunca é demais”.
Cuidados com cães
Ouvida pelo CadaMinuto, a médica veterinária Taciana de Holanda afirmou que não existe, inicialmente, motivos para pânico e medo em nossa região, mas como prevenir é sempre importante, ela orienta que, durante passeios em regiões rurais, as dicas são: observar e ficar atento a possíveis parasitas nas roupas, utilizar repelente, fazer uso de botas, galochas e calças.
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