Um dos vídeos viralizou no aplicativo TikTok e mostra um leitor de microchips por aproximação detectando um código no braço onde uma pessoa teria recebido a vacina contra a Covid-19.
O vídeo foi utilizado por quem defende a ideia conspiratória de que a vacina seria uma forma de implantar microchips nas pessoas. No entanto, depois da repercussão, a responsável pelo vídeo esclareceu que tudo não passou de uma brincadeira. “Obviamente é um chip de cachorro. Vocês acreditam em qualquer coisa na internet”, disse a mulher que aparece nas imagens.
O professor de Física Keyllor França, que atua na rede estadual e privada de ensino, afirma que os vídeos fazem parte de uma série de conteúdos que circulam nas redes sociais com o intuito de propagar teorias conspiratórias. França lembra que a desinformação vai na mesma linha do conteúdo que já foi desmentido pela editora Alagoas Sem Fake sobre um suposto efeito magnético após a imunização.
“Não há evidências de que tecnologias magnéticas estejam contidas nas vacinas e uma reação desse tipo é completamente infundada. Mas vamos pela própria lógica dos vídeos que já é possível descartar as ideias: se existe frasco de vacina que rende dez doses, então teríamos dez pessoas com um mesmo código que seria rastreado? Por que não foi feito o teste direto no frasco?”, questiona o professor ao desafiar a ideia falsa utilizada por grupos antivacinas.
Como observou o site Fact Check, há um detalhe que é capaz de descartar a possibilidade do vídeo apresentar alguma informação verdadeira. O fabricante do dispositivo mostrado no vídeo usa microchips do tamanho de um grão de arroz, 1,4 milímetros de largura por 10,3 milímetros de comprimento. Já as agulhas usadas para aplicar as vacinas são muito menores do que isso, com menos de meio milímetro de largura. Ou seja, seria impossível aplicar qualquer microchip com agulhas de vacinação.
No Twitter, é possível perceber que várias pessoas contestam a ideia do vídeo. Alguns seguidores que, inicialmente acreditaram, tentaram ainda fazer o teste e comentaram que não alcançaram êxito. O vídeo que utiliza um leitor de microchip de animal já foi checado pelos sites Reuters , e Politifact.
Alagoas Sem Fake
Com foco no combate à desinformação, a editoria Alagoas Sem Fake verifica, todos os dias, mensagens e conteúdos compartilhados, principalmente em redes sociais, sobre assuntos relacionados ao novo coronavírus em Alagoas. O cidadão poderá enviar mensagens, vídeos ou áudios a serem checados por meio do WhatsApp, no número: (82) 98161-5890. Clique aqui para enviar agora.
Fonte: Alagoas.al.gov.br
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