Teste de glicemia detecta se os níveis de açúcar no sangue estão alterados, o que pode indicar a ocorrência da diabetes


 A dona de casa Gilda de Mello, de 72 anos, convive com a diabetes há mais de 20 anos, mas, só agora, vem percebendo um descontrole que vem afetando sua visão. Isso faz parte de complicações que podem surgir, caso a doença – cujo dia mundial de combate ocorre neste domingo (14) – não for tratada de forma adequada.

“Minha glicose se mantinha entre 140 e 200 mg/dL, não achava tão alta e, como tomava a medicação todos os dias, me dava ao ‘luxo’ de comer alguns doces e chocolates, assim como refrigerantes. Agora ela chegou a 400 mg/dL e tive que entrar na insulina”, contou dona Gilda.

Entre as complicações da diabetes, a supervisora do HGE e médica Rosana Veras, citou problemas neurológicos, na visão, nos rins, nos pés e nas pernas, além de infarto do miocárdio e Acidente Vascular Cerebral (AVC). Caso o paciente já esteja diagnosticado com alguma complicação crônica, há tratamentos específicos para ajudar na qualidade de vida.

Segundo ela, qualquer pessoa pode ter diabetes e, por isso, é fundamental observar alguns fatores de risco para o desenvolvimento da doença. Entre eles, está a presença de pessoas com diabetes na família, comportamentos sedentários, obesidade, hipertensão arterial e idade acima de 45 anos.

“Alguns sintomas podem ser indicativos da doença, como fome frequente, sede intensa, desânimo, fraqueza, sonolência, tontura, perda de peso, urina em excesso, dificuldade na cicatrização de feridas e infecções frequentes. Entretanto, é importante lembrar que, os sintomas podem variar para cada tipo de diabetes. É imprescindível uma avaliação médica”.

Prática de exercícios físicos regulares é importante para evitar a diabetes

Melhor aliado é o estilo de vida – A atividade física regular e um cardápio equilibrado são as melhores maneiras para prevenir o diabetes. De acordo com a responsável pelo Serviço de Nutrição e Dietética do HGE, a nutricionista Carolina Braga, o consumo de uma alimentação variada, saudável e em quantidades adequadas permite suprir a demanda de vitaminas e minerais que o organismo precisa para a garantia de uma vida sem riscos.

“Os alimentos in natura e minimamente processados devem ser o ideal na vida de qualquer pessoa para uma vida saudável, evitando o consumo de ultraprocessados que são ricos em gorduras, sal, açúcar e aditivos químicos. A inclusão de fibras também é importante, uma vez que tem impacto positivo na normalização das concentrações de lipídios sanguíneos e na redução dos níveis glicêmicos”.

Nutricionista do HGE, Carolina Baga: “As pessoas com diabetes devem consumir diariamente verduras, legumes e frutas, preferencialmente crus”

Segundo ela, as pessoas com diabetes devem consumir diariamente verduras, legumes e frutas, preferencialmente crus, por possuírem maiores quantidades de fibras. Já as frutas devem ser consumidas em quantidades adequadas e distribuídas corretamente ao longo do dia.

“Os carboidratos têm maior efeito nos níveis de glicose do sangue, portanto é importante controlar o consumo de doces, massas e gorduras. Além disso, a prática de atividade física ajuda a controlar a glicemia, manter o peso saudável e controlar o estresse, fatores que também contribuem para a evolução da doença. Ter uma vida fisicamente ativa e uma alimentação saudável é fundamental, tanto para prevenir quanto para controlar o diabetes”.

Alimentação balanceada, rica em frutas e verduras, é importante para evitar a diabetes

O Dia Mundial do Diabetes – Celebrado em 14 de novembro, a data foi escolhida pela Federação Internacional de Diabetes (IDF) e pela Organização Mundial de Saúde (OMS) para reforçar a conscientização a respeito da doença, principalmente para evidenciar a importância da prevenção e oferecer alternativas para as dificuldades enfrentadas pelos pacientes.

Dados do Ministério da Saúde apontam que cerca de 250 milhões de pessoas em todo o mundo têm a doença. Só no Brasil, a Sociedade Brasileira de Diabetes afirmou que, em 2019, mais de 13 milhões de pessoas viviam com a doença, sendo esse um número com potencial de crescimento. O dado é alarmante, uma vez que as Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT), como diabetes, são responsáveis por mais de setenta por cento das mortes.