Morreu na madrugada deste sábado (16), aos 90 anos, o cantor e compositor Carlos Lyra, ícone da bossa nova. Autor de composições como "Maria Ninguém" e "Lobo Bobo", que viraram clássicos em gravação de João Gilberto, ele foi um dos principais nomes do movimento musical. A morte foi confirmada por sua esposa, Magda.

Lyra estava internado desde quinta-feira (14) no Hospital da Unimed, na Barra da Tijuca, com quadro de febre. Na sexta-feira, uma infecção piorou o seu estado de saúde. A causa da morte não foi confirmada. O compositor será cremado, mas ainda não há data do velório.

Nascido no Rio, em 1933, Lyra começou a fazer música com um piano de brinquedo aos sete anos de idade. Adolescente, conheceu conheceu o compositor Roberto Menescal, outra futura lenda da bossa nova, com quem montou a Academia de Violão, uma espécie de academia musical. Por lá passaram nomes como Marcos Valle, Edu Lobo, Nara Leão e Wanda Sá, entre outros.

A sede do grupo era um quarto-e-sala na rua Sá Ferreira, em Copacabana. Foi cedida por um amigo de Lyra, que usava o local como garçonnière.

O compositor virou passou a frequentar as reuniões no apartamento da aluna de sua academia de violão Nara Leão, onde nasceram as primeiras canções da bossa nova.

A fama veio com "Menino", composição gravada em disco em 1956 na voz de Sylvia Telles. Outras composições marcantes são "Coisa mais linda", "Minha namorada", "Primavera", "Sabe você" e "Você e eu", todas conhecidas como clássicos da bossa nova.

Tom Jobim costumava dizer que Carlos Lyra era o "maior melodista do Brasil". “Lyrista e lyricista, romântico de derramada ternura, nunca piegas, lacrimoso, açucarado. Formidável compositor", registrou Jobim.