‘Nada abala’, disse o presidente do Congresso Nacional

O presidente do Congresso Nacional, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), acredita a relação com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não será abalada pelo pedido de retratação a Israel após o petista associar a ação militar do país na Faixa de Gaza ao Holocausto nazista. Na sessão desta terça-feira (20) do Senado, Pacheco pediu que o governante brasileiro se retrate pela associação.

“Isso não influenciará negativamente a minha relação com o presidente. Não só a relação pessoal do Rodrigo Pacheco com o Luiz Inácio Lula da Silva, mas a relação institucional, que é a que mais importa. O presidente do Senado, do Congresso, tem que ter uma boa relação com o presidente da República, tem que se respeitar. E o que significou o meu pronunciamento ontem? Longe de ser algum tipo de repreensão ao presidente da República, foi a busca de um caminho, de solução de um problema diplomático grave que se apresenta em função de uma fala do presidente Lula”, disse, na noite desta quarta-feira (21).

Pacheco fez elogios ao petista, a quem classificou como “um líder mundial, do diálogo, respeitado mundo afora”. “Eu testemunhei o quanto prestigiado é o presidente Lula e querido, inclusive, pelos líderes mundiais. Então, uma pessoa com esse perfil e com esse intuito, certamente teve a intenção de afirmar um posicionamento. Esta comparação foi infeliz e inadequada. E que, se for esclarecida e houver uma retribuição, considero que resolve o problema diplomático. Foi essa a minha intenção, mas nada abala a minha relação com o presidente Lula.”

No último domingo (18), Lula associou a operação militar de Israel contra o Hamas ao Holocausto dos judeus na Segunda Guerra Mundial. “Sabe, o que está acontecendo na Faixa de Gaza com o povo palestino, não existe em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu quando Hitler resolveu matar os judeus”, afirmou o presidente.

Além do governo de Israel — que convocou o embaixador brasileiro em Tel Aviv para explicações —, houve reação de políticos de oposição no Brasil. Um pedido de impeachment já conta com mais de 100 assinaturas na Câmara dos Deputados.