O anúncio foi feito, nesta quarta-feira (20), pelos advogados que defendiam Lessa em 12 processos antes do ex-policial militar virar um delator


A defesa do ex-policial militar Ronnie Lessa, acusado de matar a vereadora Marielle Franco, anunciou que vai abandonar o caso, nesta quarta-feira (20). A decisão foi anunciada após a delação premiada do réu ter sido homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Em nota, os advogados Fernando Santana e Bruno Castro alegaram que "por ideologia jurídica” o escritório deles “não atua para delatores". Ambos trabalhavam na defesa de Ronnie Lessa em mais de dez processos e afirmaram que o cliente sabia sob quais condições eles atuavam “desde o primeiro contato”.

"Deixamos claro que ele não poderia contar com o escritório caso tivesse interesse em fechar um acordo de delação premiada. Talvez, não por outro motivo que nós não fomos chamados por ele para participar do processo de delação firmado. Nesse cenário, apresentaremos renúncia ao mandato em todos os doze processos que atuamos para ele, ou seja, a partir de hoje não somos mais advogados de Ronnie Lessa", diz um trecho da nota.

Delação premiada

Após ser apontado pelo ex-policial Élcio de Queiroz como executor de Marielle, Lessa resolveu colaborar com a Polícia Federal (PF) através da delação premiada. Segundo o jornalista César Tralli, durante o depoimento o réu falou dos “mandantes, circunstâncias, fala das reuniões que ele teve com os mandantes, e o que aconteceu antes, durante e depois do crime”. O nome dos envolvidos no assassinato, citados por Lessa, ainda não foram divulgados oficialmente.