Com um público de 200 bibliotecárias e bibliotecários de toda a Bahia, aconteceu, nesta terça-feira (12), na Biblioteca Central do Estado da Bahia, em Salvador, evento comemorativo ao Dia do Bibliotecário. Promovida pela Fundação Pedro Calmon (FPC), unidade da Secretaria de Cultura da Bahia (Secult-BA), a iniciativa teve o tema central “Igualdade racial nas bibliotecas: diálogos sobre os povos negros, originários e tradicionais em equipamentos culturais”.

O diretor-geral da Fundação Pedro Calmon, Vladimir Pinheiro, reforçou que as bibliotecas são espaços essenciais na promoção da igualdade racial. Também celebrou a união entre a classe dos bibliotecários em defesa das pautas do livro e leitura na 4° Conferência Nacional de Cultura, que aconteceu em Brasília.


“Por meio das nossas ações, o nosso objetivo é que possamos alcançar maior amplitude na luta antirracista. Através das nossas bibliotecas públicas, comunitárias, já promovemos uma programação não somente antirracista, mas contra a violência de gênero e todas as formas de exclusão. Em nossas idas ao interior do estado, em parceria com as Secretarias de Cultura e Educação, as nossas ações também tem sido permeadas por esse horizonte. Nesse dia simbólico, parabenizo a atuação em rede dos bibliotecários na 4° CNC, que estiveram presentes defendendo o livro a leitura e as bibliotecas públicas”, enfatizou Pinheiro.

A presidente interina do Conselho Regional de Biblioteconomia 5ª Região – CRB, Barbara Barcellos, fez uma reflexão sobre o papel das bibliotecas no combate ao racismo. “O racismo só cresce. E o que nós temos feito em nossas bibliotecas para combater o racismo? Participem, questionem e desenvolvam habilidades para promover o letramento racial. Precisamos melhorar as estatísticas e as bibliotecas precisam estar engajadas. A meu ver, são práticas de combate ao racismo relacionados diretamente com as bibliotecas e os bibliotecários: promover a educação através da busca pelo conhecimento, a promoção da diversidade e inclusão, e no incentivo do diálogo e da conscientização”, pontuou.

O presidente do Conselho Federal de Biblioteconomia, Fábio Cordeiro, enfatizou o papel das bibliotecas no empoderamento da população. “Hoje, celebramos o nosso papel, mas, também, refletimos sobre esse caminho desafiador na luta antirracista, mas tenho certeza da nossa capacidade e poder transformador de promover a inclusão, pois, a cada iniciativa de promoção à leitura, nós reforçamos nosso compromisso com a sociedade e com a justiça social”, disse Cordeiro.

Também compuseram a mesa de abertura do evento a diretora de Bibliotecas Públicas da Bahia (Dibip/FPC), Tamires Neves, e o diretor do Instituto de Ciência da Informação-Ufba), Gillian Leandro de Queiroga Lima. O evento foi realizado em parceria com o Conselho Regional de Biblioteconomia (5º região), o Instituto de Ciência da Informação da Universidade Federal da Bahia e o Conselho Federal de Biblioteconomia.

A atividade visa proporcionar o compartilhamento de experiências e informações acerca das ações de incentivo à leitura, ao livro e a cultura dentro da perspectiva da ação do bibliotecário (a) enquanto mediador (a) da informação nas diversas tipologias de bibliotecas. Contou com a presença de profissionais bibliotecários, estudantes, docentes, gestores de bibliotecas públicas estaduais, municipais e escolares e demais profissionais das áreas afins.

A programação foi composta por mesas de conversas com os temas: “O papel do (a) bibliotecário (a) em prol da discussão da Agenda 2030 e seus novos objetivos sob a perspectiva do Manifesto da Biblioteca Pública Ifla-Unesco 2022”; Bibliotecas enquanto equipamentos culturais transformadores: reflexões sobre a memória, identidade e o papel da pessoa bibliotecária na construção cidadã; e Percursos entre o livro, a leitura e a cidadania percorridos pelo profissional bibliotecário (a): relatos de experiência”. Além de intervenção musical, lançamentos dos livros , oficina de letramento racial, stands de vendas e sorteios de livros.