O Google anunciou recentemente que proibirá a veiculação de anúncios políticos no Brasil durante as eleições municipais de 2024. Essa decisão surge após a atualização das regras para propaganda eleitoral feita pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em fevereiro deste ano.
Segundo a empresa, a atualização da política de conteúdo político do Google Ads será realizada em maio, para estar alinhada com as resoluções eleitorais de 2024. O Google justificou sua decisão afirmando que tem um compromisso global com a integridade das eleições e continuará a dialogar com as autoridades sobre esse assunto.
A resolução 23.732, aprovada pelo TSE, redefine o que é considerado conteúdo político-eleitoral, abrangendo uma gama ampla de temas relacionados às eleições e à política. O Google expressou preocupações em relação a essa definição ampla, afirmando que poderia ser inviável moderar tantos anúncios em uma eleição que envolve mais de 5 mil municípios.
De acordo com as novas regras do TSE, as plataformas digitais que oferecem serviços de impulsionamento de conteúdo eleitoral devem manter um repositório dos anúncios para acompanhamento em tempo real, incluindo informações sobre valores, responsáveis pelo pagamento e características dos grupos populacionais que compõem a audiência.
Além disso, a priorização paga de conteúdo que promova propaganda negativa ou divulgue informações falsas ou descontextualizadas também está proibida, conforme estabelecido pelo Tribunal.
Essas medidas devem ser implementadas pelas plataformas em até 60 dias da entrada em vigor da norma, mesmo em anos não eleitorais.
Em 2020, durante as eleições municipais, os candidatos gastaram significativamente em impulsionamentos de conteúdo na internet, com destaque para gastos com empresas como Facebook (incluindo Instagram), Adyen e Google. No ano de 2022, políticos gastaram cerca de R$ 127 milhões em publicidade no Google, conforme relatório da própria empresa.
Essa decisão do Google terá impacto significativo no cenário político brasileiro, especialmente no que diz respeito à estratégia de campanha e comunicação dos candidatos para as eleições de 2024.
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