Áudios obtidos pela Polícia Federal (PF) revelam que havia divisões entre militares sobre a adesão a um possível golpe de Estado após as eleições presidenciais de 2022, vencidas por Luiz Inácio Lula da Silva. Em uma das conversas, o coronel reformado Reginaldo Vieira de Abreu relatou ao general Mario Fernandes que parte do grupo de militares das Forças Especiais estava contra o plano, enquanto outros apoiavam a ideia. Abreu também afirmou que o Alto Comando das Forças Armadas deveria ser extinto.

A PF indiciou, na última quinta-feira (21), o ex-presidente Jair Bolsonaro, o general Mario Fernandes e outras 35 pessoas no inquérito que investiga a tentativa de golpe. Segundo o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, existem "robustos e gravíssimos indícios" de que membros do governo Bolsonaro discutiram e planejaram ações para matar Lula, o vice-presidente eleito Geraldo Alckmin e até ministros do STF.

Em mensagens trocadas entre Fernandes e Abreu, ambos demonstraram insatisfação com a falta de ação do governo federal para impedir a posse de Lula. Fernandes chegou a sugerir a assinatura de um decreto de estado de sítio, e Abreu, conhecido como Velame, expressou frustração com o que considerava a falta de ação militar, comparando a situação com a metáfora do sapo na água quente.

Foto: Pedro França/Agência Senado

Por: Metro1