Paulo Afonso, infelizmente, carrega hoje um título lamentável: o de “cidade dos cachorros em situação de rua”. A cada dia que passa, o problema se agrava e a população convive com cenas de abandono que cortam o coração e, ao mesmo tempo, colocam em risco a segurança de todos.

Segundo informações, já são mais de oito mil animais em situação de rua, entre cães e gatos, espalhados por todos os bairros da cidade. Centenas, talvez milhares de animais circulam famintos, doentes e sem qualquer assistência eficaz do poder público. Nos quatro cantos de Paulo Afonso, o que se vê são cachorros e gatos revirando sacolas de lixo para tentar sobreviver, disputando comida e sofrendo com a falta de dignidade.

No programa Ouvidoria, da Super Rádio Angiquinho 98,5 FM apresentado por Giuliano Ribeiro, não passam dias sem que cheguem relatos e denúncias dos ouvintes: pessoas sendo atacadas por cães de rua, motociclistas e ciclistas derrubados, pedestres em pânico diante da situação. O medo tomou conta da população.

Mas não são apenas os moradores que sofrem. As maiores vítimas são justamente os animais, abandonados à própria sorte. Muitos vivem feridos, desnutridos e vulneráveis a maus-tratos. Apesar da boa vontade de ONGs e cidadãos anônimos que oferecem água, comida e cuidados básicos, a realidade é que essa é uma questão de saúde pública e de responsabilidade ambiental.

Vale destacar que abandonar animais é crime previsto na Lei Federal nº 9.605/1998 (Lei de Crimes Ambientais), alterada pela Lei nº 14.064/2020, que estabelece pena de 2 a 5 anos de prisão, multa e proibição de guarda para quem maltratar cães e gatos.

A cidade não aguenta mais tanto descaso. O problema, que já parece insolucionável, exige ação firme e imediata da Prefeitura, da Câmara de Vereadores e também do Ministério Público. A omissão das autoridades transformou Paulo Afonso em um cenário de sofrimento e insegurança.

É hora de encarar o desafio de frente: os animais precisam de políticas públicas sérias e a população exige respeito. Providências urgentes são indispensáveis.